João "Baixinho" saiu de sua cidade, no interior do Rio Grande do Norte, para vencer o campeonato mundial de jiu-jítsu no sábado (18). Mas teve de dormir no aeroporto de São Paulo e dividir um quartinho sem água nem luz para chegar lá
LAURA LOPES
O lutador de jiu-jítsu, que venceu o mundial em sua categoria. Exemplo de perseverança
Há oito meses na faixa marrom, João tem 1,63 metro de altura e pesa 55 quilos. Começou a treinar jiu-jítsu há 14 anos, mas só em 2006 filiou-se à Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportivo. Das oito vezes que participou de campeonatos de vale-tudo, "no interiorzinho", como ele se refere às cidades do Rio Grande do Norte, permaneceu invicto. Nas horas vagas do trabalho pesado na construção civil dá treino a alunos em uma pequena academia de Alto do Rodrigues, de graça. "Nos fins de semana vou para Natal treinar pesado e pegar as aulas para dar na minha cidade", afirma. Ele se prepara para os próximos mundiais.
Apesar do esforço, não sabe como será o futuro. "Eu tive que correr atrás para conseguir ir ao campeonato", diz, referindo-se ao apoio que recebeu da prefeitura e da inscrição no mundial, paga por um amigo – além da acomodação em São Paulo. Segundo Rafael Fernandes, que treinou com ele na década de 90, João é um exemplo de perseverança e conquista. Na última vez que as chuvas causaram terríveis enchentes no Nordeste, o atleta viu sua casa, alugada, inundada. Teve que levar a esposa e os dois filhos para morarem na academia, provisoriamente. "Se esse cara não for um exemplo de vida, não sei em que buscar força nos meus dias de tristeza", afirma Fernandes, consultor de sistemas de informática, que hoje mora no Rio de Janeiro.
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